THE VALUE OF OUTDOOR LEARNING: EVIDENCE FROM RESEARCH IN THE UK AND ELSEWHER

10-12-2016

- Dillon, J., Rickinson, M., Teamey, K., Morris, M., Choi, M., Sanders, D. & Benefield, P. (2006). The value of outdoor learning: evidence from research in the UK and elsewhere. 87 (320) pp. 107-111. School Science Review.  

Os impactos do trabalho de campo e das visitas educacionais ao ar livre

Esta pesquisa refere que os alunos lembram-se do trabalho de campo e das visitas ao ar livre por longos anos (Dillon et al., 2006). O estudo realizado a estudantes secundários de onze escolas californianas que usaram o currículo ambiental demonstraram uma eficácia elevada relativamente ao trabalho de campo. Estes alunos obtiveram maior pontuação em 72 por cento das avaliações académicas do que os alunos das disciplinas tradicionais (SEER, 2000 cit in Dillon, et al. 2006). Eaton (2000 cit in Dillon et al., 2006) descobriu que as experiências de aprendizagem ao ar livre eram mais eficazes para desenvolver competências cognitivas do que a aprendizagem em sala de aula.

Segundo Dillon et al. (2006) os programas mais longos são mais eficazes do que os mais curtos. O valor do trabalho preparatório antes da aprendizagem externa é outro fator bem evidenciado na literatura. Ballantyne e Packer (2002 cit in Dillon et al., 2006) encontraram diferenças significativas entre os alunos que fizeram atividades preparatórias para a visita e os que não o fizeram.

Dillon et al. (2006) referem que a maior parte dos estudos destacam a importância de atividades de aprendizagem cuidadosamente projetadas e da sua avaliação.

Emmons (1997 cit in Dillon et al., 2006) estudou um curso de campo de cinco dias em Belize e descobriu que a aprendizagem dos alunos era facilitada pela sua experiência compartilhada e direta com o contexto ambiental. A capacidade de escolher entre diferentes tipos de atividade de aprendizagem parece ser um requisito importante para os alunos (Dillon et al., 2006).

Openshaw e Whittle (1993 cit in Dillon et al., 2006) comentaram sobre a necessidade de professores e educadores ao ar livre equilibrarem o desejo dos alunos por uma estrutura dentro da qual possam se sentir confortáveis ​​e não ameaçados. Existe, assim, uma necessidade de estabelecer ligações claras entre as atividades externas (o mundo do ambiente físico) e as atividades no interior (o mundo da escola) (Dillon et al., 2006).

Fatores que influenciam a aprendizagem ao ar livre

Os fatores que afetam o modo como a aprendizagem ocorre em ambientes fechados e a quantidade e qualidade de promoção de experiências para os alunos são um conjunto de barreiras que incluem o medo e o desconhecimento sobre a saúde e a segurança; a falta de confiança dos professores em praticar atividades ao ar livre; os requisitos do currículo escolar; a falta de tempo, recursos e apoio; as mudanças mais amplas dentro do setor de educação.

Surgem, igualmente, fatores internos, ou seja, uma diversidade de influências pessoais na aprendizagem. A idade é um dos fatores internos que teve destaque num estudo australiano, que avaliou as perceções dos alunos sobre a aprendizagem em ambientes naturais e encontrou diferenças significativas entre o grupo etário primário e o secundário (Ballantyne e Packer, 2002 cit in Dillon et al., 2006). Os alunos da escola primária encontraram-se claramente mais entusiasmados do que os seus colegas do secundário, tanto antes como depois da experiência (Dillon et al., 2006); o conhecimento prévio e a experiência, onde a aprendizagem dos alunos pode ser fortemente influenciada pelas suas experiências anteriores de campo e de sala de aula (Orion e Hofstein, 1994; Lai, 1999 cit in Dillon et al., 2006); os medos e as fobias, onde vários estudos sugerem que os cenários ao ar livre podem constituir um verdadeiro medo e preocupação para os jovens. Simmons (1994 cit in Dillon et al., 2006) encontraram crianças em Chicago que expressaram preocupações sobre uma variedade de cenas da natureza. Estes medos representam barreiras para se divertirem e aprenderem.

Outro fator interno é o estilo de aprendizagem e as preferências, onde Dillon et al. (2006) observaram uma crescente importância dos estilos de aprendizagem e das preferências dos alunos na aprendizagem ao ar livre, especialmente no trabalho de campo; as deficiências físicas e as necessidades educativas especiais, onde trabalhos recentes no Reino Unido evidenciaram as muitas barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam para participar plenamente no trabalho de campo (Healeyet et al., 2001 cit in Dillon et al., 2006).

A identidade étnica e cultural, outro fator interno, sofreu algumas pesquisas recentes na Austrália que sugerem que as identidades étnicas e culturais dos jovens podem ser fatores importantes na aprendizagem ao ar livre. Purdie, Neill e Richards (2002 cit in Dillon et al., 2006) descobriram que os resultados da aprendizagem variavam de forma significativa com as identidades culturais dos indivíduos.

Em conclusão, há uma preocupação de que a quantidade de trabalho fora da escola secundária esteja sob ameaça. No entanto, é expectável que através das pesquisas realizadas o trabalho de campo possa vir a ter diversos impactos benéficos sobre os participantes. De fato, é uma realidade atual que o trabalho de campo precisa de ser cuidadosamente planeado, implementado e acompanhado na escola. É importante salientar que as atividades de planeamento, os professores e os educadores externos devem ter em conta fatores como os medos e as fobias dos alunos, as experiências prévias e os estilos preferidos de aprendizagem.

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